Joaquim Maria Moreira Cardozo (1897- 1979), cidadão recifense de origem humilde, superou com seu brilhantismo qualquer descompasso de formação que porventura tenha tido em relação aos profissionais proeminentes da área à época.
Joaquim Cardozo foi um elo definitivo na cadeia de fatores que levaram a obra de Niemeyer ao patamar de reconhecimento que possui, em especial no que tange àquele período.
O envolvimento de Joaquim Cardozo foi pleno, em mente e coração, no enfrentamento dos problemas científicos e construtivos que envolveram a resolução dessas e outras obras igualmente singulares, custando-lhe inúmeras vezes críticas acirradas por parte de profissionais e entidades ligados à engenharia estrutural.
Sobre o calculista, Niemeyer declarou:
“… Quando o engenheiro especializado em cálculos atualiza seus conhecimentos profissionais, quando está a par de todos os avanços da técnica da construção, quando ele abandona as regras e as normas limitativas para especular somente sobre os problemas colocados pelo concreto armado, porque descobriu que é a melhor maneira de evoluir; quando ele conhece não só a profissão, mas também as artes visuais e a verdadeira arquitetura – o que, aliás, é raro -, enfim, quando ele consegue se entusiasmar não só pelo problema técnico a solucionar, mas também pelo sentido artístico e criador da obra para a qual colabora então sua associação com o arquiteto torna-se fecunda e positiva”.
Se foi Niemeyer a criar esses tempos na arquitetura, quem os materializou, concretos, foi Cardozo.